Edifício Comercial Oxi, por Luiz Volpato Arquitetura.
Oxi é um edifício de escritórios localizado no alto da Rua Jerônimo Durski, em Curitiba, em um terreno que também conecta com a Rua Saldanha Marinho. O objetivo principal era criar um design que inspirasse a ação projetual, refletindo a natureza criativa das empresas que ocupariam o espaço: um estúdio de arquitetura e duas empresas […]
Oxi é um edifício de escritórios localizado no alto da Rua Jerônimo Durski, em Curitiba, em um terreno que também conecta com a Rua Saldanha Marinho. O objetivo principal era criar um design que inspirasse a ação projetual, refletindo a natureza criativa das empresas que ocupariam o espaço: um estúdio de arquitetura e duas empresas de cálculo estrutural, uma especializada em concreto e outra em estrutura metálica. O conceito arquitetônico foi desenvolvido com base na integração predominante do aço, do concreto e do vidro, formando uma identidade única que traduzisse evolução, tradição e transparência — características presentes no DNA das corporações ali instaladas. Devido às dimensões longilíneas do terreno, optou-se por dispor dois blocos paralelos às divisas laterais, liberando o espaço central para uma praça de acesso. Esta área conecta a entrada principal à coluna de circulação vertical, que interliga os estúdios, as garagens e a saída secundária para a outra rua. Composta por halls, escadas e um elevador panorâmico envidraçado, a coluna não só conecta os dois blocos como também garante a integração visual entre as ruas, valorizando a vegetação densa proveniente do entorno. As fachadas de vidro opaco do primeiro subsolo, o balanço frontal e as passarelas laterais conferem ao edifício a sensação de leveza, como se os blocos de vidro flutuassem. A estrutura metálica, exposta, contrasta harmoniosamente com as vedações de vidro, as chapas de aço patinável e as lajes de concreto polido, que desempenham funções estruturais, de vedação e de acabamento. Para o conforto térmico, foi criada uma circulação externa com grelhas de piso nas laterais dos pavimentos, permitindo a abertura de portas e a ventilação natural por convecção vertical. Essas passarelas também servem como suporte para o paisagismo, atualmente em desenvolvimento. Na fachada principal, o controle solar é garantido por um sistema simples, porém eficaz: camadas de vergalhões de aço, entremeadas por vegetação trepadeira, que será controlada para dosar a entrada de luz ao longo do tempo. Essa solução reinterpreta os tradicionais sistemas de proteção solar e se torna um dos elementos mais marcantes do projeto. O vão central de acesso, por sua vez, será progressivamente coberto por uma camada de vegetação sustentada por cabos de aço que conectam os blocos na altura da cobertura. A separação central entre os blocos assegura a iluminação natural de todos os ambientes, marca o acesso principal e amplia as perspectivas, tanto para quem está dentro do edifício quanto para quem o observa externamente. Essa configuração dinamiza os espaços, promovendo interações visuais constantes com as ruas adjacentes e garantindo ambientes esteticamente agradáveis e confortáveis. Embora o projeto não tenha sido concebido para atender a certificações ambientais, houve um esforço consciente para aplicar os princípios de sustentabilidade. Cada elemento foi cuidadosamente estudado, priorizando o uso de materiais naturais, a redução de resíduos e a diminuição das necessidades de manutenção. Os materiais escolhidos ganham caráter e autenticidade com o passar do tempo, refletindo a experiência acumulada pelo autor do projeto e sua equipe ao longo dos anos. O processo de criação e execução foi intenso, buscando consolidar fisicamente um conceito que traduzisse, de forma clara, a jornada imaginativa e o respeito pelo espaço. |